Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Pedaços de Amor

Sou um poema sem título. Palavras incompletas, gavetas entreabertas. Tantas frases por dizer, tantas histórias por contar. Aqui, com o meu coração espelhado, deixo o meu livro inacabado.

Pedaços de Amor

Sou um poema sem título. Palavras incompletas, gavetas entreabertas. Tantas frases por dizer, tantas histórias por contar. Aqui, com o meu coração espelhado, deixo o meu livro inacabado.

...

Materialismos? Não os quero. Agarro-me à honestidade e defendo os meus princípios com todo o afinco. Nunca fui dona do Mundo. Aliás, nunca fui dona de nada. Quando era mais nova, ouvia-se na rádio, nos leitores de CD – tesouro de uma criança dos anos 90 – “ninguém é de ninguém” e eu pensava, também, que nada era de ninguém. Que não haveria pessoa alguma capaz de dominar tudo e que nada seria capaz de superar a vontade humana.


A inocência depressa roubada mostrou-me o vazio, e o nada. Capitalismo. Indiferença. Desapego. “Onde está o amor? Porque ruas se esconde?” Se procurassemos bem, iríamos encontrá-lo em lugares sem esperança, nas travessas sem nome, nos corações sem destino que, de tanto vaguear, apenas procuram um lugar para morar.


Dizem que o amor move o mundo; no entanto, o poder não fica atrás. Dia após dia, milhares de pessoas são despejadas, abandonadas, descreditadas. Porque não têm. Porque não podem. Sem que alguém lhes perguntasse como se sentiam, os grandes senhores enriqueciam. E o universo evoluía. Com uma rapidez estonteante, qual velocidade da luz, já não é necessário que se mudem os tempos para que se mudem as vontades.


Somos seres constantemente inconstantes, partilhando um objetivo comum: satisfazer e satisfazer-nos. Comportamentos motivados pela busca da felicidade constroem-nos como pessoas, e destroem outras tantas. Eu, dona do nada que é todo meu, (sobre)vivo. E pinto o meu Mundo com todas as cores que me são possíveis.
Se parar para pensar, o único truque para receber, é dar. Nem que seja um pedaço de céu. Azul e infinito.


Somos tão grandes quanto as nossas ações. E, na verdade, “o que faz falta não é amor – é amar”.